terça-feira, 16 de março de 2010

No Estômago da Noite

Ouvi um rumor na escada.

Mas se aqui não tem escada...
Que porão é esse
Que me acaba de nascer?
Que é do cimento?
Da crosta, do manto, do núcleo...

Ouvi um rumor na escada.

Será, quem sabe,
Um rumor que vêm de um sótão
-Também inédito-
Que tomou o lugar do céu?
Será Deus fazendo algazarra?
Será...

Rumor na escada!

Coisas existenciais.
Existências.
Subjetivismo de poeta lírico desdobrando-se em degraus feito certos livros infantis...
E, ainda mais,
Degraus que rangem,
Que polifônam,
Que polifornicam,
Tinta mais preta e fresca.
Signo do desconhecido
Nessa vida térrea.
Pretensamente térrea.

Rumornascada.

Até onde vai
O descaso dos governantes
Com a malha metroviária?
E com os trajetos das aeronaves?

Nhec.

Serial Killer?
Ancestral que retorna?
Gato emparedado?
O próprio -salve!- Poe?
Nada!
Nada!
Nada!
Peça
Pregada...


Ouviste um humour na escada.

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