domingo, 28 de março de 2010

aos dentes.










O número trinta e três
Sai dos lábios do paciente
Quando o doutor quer saber
Se ele está mesmo doente.
Mas dentro de sua boca
Só moram trinta e dois dentes.
Desses trinta e dois só quatro,
Os quatro afiados caninos,
São entes de fato mordentes.
Os outros são dentes pesados
Dentes largos e dolentes.

Por isso é que quatro meninos
Insolentes e franzinos
Chamaram-se a sí de "os.dentes"
Pra rasgar com suas presas
As almas presas na gente
Sangrar em mordida rente
A parte da gente que sente
Que o som é um ser vivente.
(E mais o som de um dente
Quando bate noutro dente).

Por isso eu, poeta mordido
(Trago a marca ainda no ouvido)
Pelo som da banda "os.dentes",
Acabei por decidido
A escrever este repente.
Aos dentes, o meu presente.

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