quarta-feira, 21 de abril de 2010

Soneto a Vinicius de Moraes

Devemos todos nós algo a Vinícius.
Que foi, de nossos flertes e paqueras,
Por vezes até incógnito, deveras,
Fornecedor de versos e artifícios.

E ele muito deve ao deus Eros
E aos líquidos transpirados por baco
Pra reanimar o já tão gasto e fraco
Soneto, de aspectos tão austeros.

Sereno e jovial tal qual um grego,
Vinícius, o invocador de Orfeu,
Fez sua polis no bar Vilarino.

Poeta musical, como se cego,
Vinícius saciou, quando escreveu,
Dos versos o desejo dançarino.

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