quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Paradoxo

Hoje conheci uma menina que se formou em biblioteconomia e foi trabalhar numa biblioteca especializada em re-seguros, que são os seguros que as seguradoras fazem para si mesmas. É, eu sei, eu vou até repetir pra você ficar tão bolado com o fato quanto ele merece. Re-seguros: São os seguros que as seguradoras fazem pra se segurarem, pra se assegurarem de que vão ser ressarcidas em caso de necessidade. Re- seguros, os seguros das seguradoras. Isso me tirou de uma depressão e me pôs em outra, rapaz: foi daí que eu me toquei que a minha vida é muito tranks, super bem obrigado, normal toda vida. A menina que eu conheci me disse (ou melhor, está me dizendo, escrevo enquanto ela conversa comigo) que o re-seguro é um negócio que movimenta bilhões de dólares por mês. Não milhões, ela enfatiza, BIlhões.

Diante disso, como não cair no lugar comum de dizer que somos pequenas peças, inconscientes do fato de ser engragens de um mundo grande demais para que o compreendamos? Tipo assim os caras que tomaram a pílula errada na Matrix? Como não pensar nas grandes conspirações dos maçons iluminatti da bavária, nas corporações do mal, nos vilões de James Bond com gatos no colo? Re-seguros! Lembro de uma empregada que minha familia teve quando eu era criança que tinha... uma empregada! Não sei se isso quer dizer alguma coisa, mas pelo menos a piração da minha vida particular acompanha a piração do mundo todo. O fato de eu escrever esse texto dentro de uma biblioteca me faz pensar no Borges, que eu acho que saberia rir disso tudo. Aqui tem um livro sobre revisão de textos, e eu estou com medo de olhar quem revisou o livro, sei lá, de repente minha cabeça pifa ainda mais. Não que eu não seja escolado nessas coisas: Quando eu era criança a minha casa tinha um lance que era assim: Um espelho numa parede e outro na parede oposta a ela, fazendo aquele jogo de reflexos infinitos. Cara, eu passava horas ali só vendo se conseguia enxergar onde ficava o último reflexo meu. Re - flexo. Re - seguro. Se eu fosse o Arnaldo Antunes eu fazia uma música com isso daí. Se eu fosse o Michel Melamed eu fazia uma daquelas peças-poemas.

Um comentário:

  1. muito bom. Gosto de paradoxos e fiquei confusa. Re-seguro é algo realmente surreal.
    perai: surreal... su-real...
    desculpe, preciso tomar uma água urgente rs...

    www.comaanarquico.blogspot.com
    Posto nesse blog coletivo, se quiser dar uma olhada...

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