segunda-feira, 13 de setembro de 2010

intolerância religiosa


Acho uma imensa babaquice isso que algumas pessoas dizem da Marina, que não votariam jamais nela por que ela é evangélica. É parecido com as outras tantas que não votaram no FHC por que ele disse que não acreditava em Deus. Graças a Deus (?) nós vivemos num país laico, em que o âmbito religioso é inteiramente desassociado do âmbito do poder.
O que acontece é que nos últimos 20 anos ocorreu a explosão de alguns modelos de igrejas evangélicas arrebataram muitos fiéis a partir de táticas diferenciadas das usuais estratégias de conversão da igreja católica, até então praticamente hegemônica no Brasil. Não vou entrar aqui no mérito do por que disso, pois há os que dizem que foi por conta de um desgaste da Igreja Católica e outros que falam de lavagem cerebral por parte dessas novas igrejas. Acreditando que a resposta esteja em algum ponto entre esses dois extremos, não deixo de crer que exitstam fiéis que de fato se converteram por compactuarem filosoficamente com a nova fé que abraçaram, sem nenhum tipo de "conspiração" envolvida.
É certo que aqui no Rio de Janeiro muitos de nós se incomodam com a poluição sonora das igrejas evangélicas (me desagrada muito o pastor que volta e meia fica berrando estridentemente na esquina da Av. Atlântica com a Rep. do Peru, atrapalhando o domingo dos outros, e também algumas pessoas na rua que tentam AGRESSIVAMENTE me convencer de algumas verdades), e me refiro aqui principalmente a Igreja Universal do Reino de Deus, que junto com a Igreja Renascer possui o agravante de estar ligada a diversos escândalos de corrupção. No entanto é necessário aqui termos o cuidado de inão incorrer em um preconceito. Não gosto dos candidatos que usam sua condição na igreja para se elejer, alardeando isso, primeiro por que esses geralmente são os mesmos que se envolvem em corrupção e segundo por que isso fere o laicismo do nosso estado. Agora... Isso é o caso da Marina? Estamos falando aqui de uma candidata que simplesmente possui uma fé, como o Lula possui a sua, e não deve ser julgada por conta disso. Até por que eu bem sei (tiro por mim) como é pessoal e intransferível a relaçao do fiel com a sua crença. Julgar a Marina por sua crença seria pretender entender a sua espiritualidade, o que nem de longe devia passar pela cabeça de qualquer um.
Não podemos ser preconceituosos e nem combater o que chamamos de fundamentalismo com MAIS fundamentalismo. Aliás, no último ano a maior parte das afirmativas irracionais e ofensivas que eu tenho ouvido em relação a fé alheia tem vindo de... ATEUS! Mas isso é papo pra outra hora.

Por agora quero divulgar essa resposta simples e esclarecedora da Marina sobre essa questão da sua religiosidade, que, eu vim a descobrir, começou por conta de um boato sobre o fato dela defender o ensino do criacionismo nas escolas. Me chamou muita atenção o final, em que ela defende que essa é uma polêmica importada. Gostei. Se vocÊ parar pra pensar, tem bem pouco cara de Brasil essa polêmica em que envolveram ela.


retirado do site oficial de Marina Silva em 13/09/2010

Você defende o ensino do Criacionismo nas escolas?


Assim como 90% dos brasileiros, eu acredito que Deus criou todas as coisas, mas não busco uma justificativa científica para a minha fé.

Fui envolvida nessa discussão por uma confusão que começou durante a visita que fiz em 2008 a um Centro Universitário confessional Adventista para falar sobre meio ambiente. Lá, concedi entrevista a um estudante para a rádio da faculdade de Comunicação. Ele queria saber se eu achava que as escolas adventistas deveriam ter o direito de ensinar o Criacionismo. Eu disse que sim, desde que junto com o Criacionismo, os alunos estudassem também o Evolucionismo para formar seu próprio pensamento depois.

O que eu respondi na entrevista foi uma defesa do ensino do evolucionismo darwinista dentro das escolas religiosas. Sem que a informação fosse verificada comigo, alguns veículos, então, passaram a divulgar o oposto: que eu defendia o ensino do Criacionismo em todas as escolas.

Escolas confessionais ou religiosas são permitidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, aprovada em 1996. É por isso que existem escolas judaicas, espíritas, protestantes, bahais e católicas. E nessas escolas é permitido o ensino religioso.

O curioso, ainda, é que essa é uma polêmica importada dos Estados Unidos. Aqui, as pessoas religiosas não tem essa indisposição com a ciência. Lá, há um acirramento entre criacionistas e evolucionistas que disputam um cabo-de-guerra para ver quem está certo e quem está errado. No Brasil, graças a Deus, essa “Guerra Santa” não acontece. E nem deve acontecer!

Marina Silva

Um comentário:

  1. Eu adoro essa mulher!
    Os adventistas são tão do bem... Não deveriam entrar nesse esteriótipo bobo.

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